RESUMO Introdução: A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) designa pontos de atenção territorializados para atendimento a pessoas que apresentem sofrimento ou transtorno mental e/ou com demandas oriundas do uso de álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O artigo objetiva caracterizar os usuários da RAPS atendidos em serviços de atenção primária à saúde segundo aspectos demográficos, condições de saúde referidas e utilização de medicamentos, a fim de aperfeiçoar o suporte aos seus usuários. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional transversal, de caráter descritivo e natureza quantitativa. A coleta de dados baseou-se em um questionário semiestruturado denominado: Instrumento Padrão do Perfil Epidemiológico de Saúde Mental – 2017, produzido pela coordenação da RAPS da VI Microrregião de Saúde do estado de Pernambuco, em parceria com os coordenadores de saúde mental dos municípios que a compõe. Resultados: A população é predominantemente feminina, com idades acima de 60 anos. O uso de psicofármacos é algo bastante evidente na região, dos quais os ansiolíticos obtêm maioria absoluta de prescrições. Em geral seu uso se estende por períodos acima de 1 ano. Conclusão: Os resultados deste estudo levantaram indícios de medicalização social, amparados no vasto e prolongado consumo de ansiolíticos. Tais medicações são comumente usadas de forma indiscriminada e geram efeitos colaterais indesejáveis. A pluralização terapêutica de suas instituições, ou seja, a oferta de tratamentos alternativos menos nocivos que o uso dessas medicações, representa um caminho resolutivo à crescente medicalização social no âmbito da atenção à saúde.
Descritores: Medicalização, Ansiolíticos, Farmacoepidemiologia, Serviços de saúde mental, Terapias complementares.