Resumo As leishmanioses são doenças negligenciadas, causadas por um protozoário da família Trypanosomatidae do gênero Leishmania, apresentam um amplo espectro de manifestações clínicas que podem ser categorizadas em dois grupos: leishmaniose tegumentar e visceral. Desde as últimas décadas é possível observar que a Região do Sertão do Araripe no estado de Pernambuco se tornou uma região endêmica, com onze municípios, localiza-se no extremo oeste do estado fazendo, fronteira com outros dois estados (Piauí e Ceará), a qual está nos entornos da de Chapada do Araripe. O estudo foi realizado de modo descritivo, transversal, retrospectivo, onde foram utilizados dados epidemiológicos extraídos dos Sistemas de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), através do TabWin e de acordo com a metodologia proposta pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), onde foi calculado o índice composto de Leishmaniose Visceral (ICLV), baseado em triênio, além de cálculos com taxa de Incidência, Letalidade e Evolução do Casos. No período estudado (2018 a 2022) foram confirmados 116 casos de Leishmaniose Visceral, com um maior registro de LV em homens (62,93%), a faixa etária mais acometida foi adultos de 20 a 39 anos (26,72%), seguido de crianças de 0 a 4 anos (23,27%), sendo a população Negra (pretas e pardas) com 91,36% do total de casos registrados. Tendo uma taxa de Incidência com média de 6,56 a cada 100.000 habitantes, possui uma taxa de Letalidade de 7,75%. A estratificação de risco apresenta que municípios como: Ipubi, Moreilândia e Trindade, possuem um nível “muito intenso” de casos de LV. Para a evolução dos casos de LV na IX Região, foi possível observar que dos 116 casos confirmados, 92 casos (82,75%) evoluíram para cura, ignorado/branco somam 15 casos (12,9%), 9 casos evoluíram para óbito. Esses dados reafirmam a importância de realização de estratégias eficazes, em especial, na importância da rapidez do diagnóstico e o início do tratamento contra a LV.
Palavras-chave: leishmaniose; perfil de saúde; epidemiologia.