I Mostra Pernambucana de Experiências Exitosas em Saúde da População LGBTQIAPN+ Alexandre Magno

Quem foi Alexandre Magno?

Alexandre Magno foi psicólogo, professor, militante histórico das lutas sociais e um defensor incansável do Sistema Único de Saúde (SUS) e dos direitos humanos. Faleceu em 24 de março de 2021, aos 62 anos, vítima de complicações da Covid-19. Sua trajetória foi marcada pelo compromisso com a justiça social, a equidade em saúde e a promoção dos direitos das populações historicamente marginalizadas.

Na Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), Alexandre atuava há mais de uma década como apoiador de auditoria na Gerência de Auditoria do SUS, vinculada à Secretaria Executiva de Regulação em Saúde (SERS). Era reconhecido pelos colegas como um profissional ético, dedicado e sensível às causas sociais. Sua ausência deixa uma lacuna imensa na equipe e no serviço público de saúde.

Militante desde os anos 1990, foi um dos fundadores do Movimento Leões do Norte e participou do Grupo Satyricon, entidades pioneiras na luta pelos direitos da população LGBT+ em Pernambuco. Também teve papel fundamental na construção da Carta de Princípios da Anaids (Articulação Nacional de Luta Contra a Aids) e foi um dos principais articuladores da formulação de políticas públicas voltadas para a equidade no cuidado.

Sua atuação no controle social foi destacada e ampla. Foi conselheiro nacional de saúde pelo Movimento Nacional de Luta contra a Aids (2006 a 2009) e pela Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (2009 a 2012). No Conselho Nacional de Saúde (CNS), coordenou e integrou diversas comissões, como a Comissão Intersetorial de Atenção à Saúde das Pessoas com Patologias, a Comissão de Atenção à Saúde das Pessoas com Deficiência, a Comissão de Educação Permanente para o Controle Social do SUS e a Comissão de Recursos Humanos e Relações de Trabalho.

Em Pernambuco, também atuou como membro do Conselho Estadual de Saúde e do Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT+, sempre defendendo com firmeza políticas públicas baseadas na inclusão, no respeito à diversidade e no fortalecimento do SUS.

Alexandre Magno é mais uma vítima da negligência de políticas públicas que, diante da pandemia de Covid-19, falharam em proteger vidas. Sua história, no entanto, permanecerá viva como exemplo de resistência, empatia e compromisso com o bem comum. Sua luta seguirá inspirando gerações que acreditam em um Brasil mais justo, humano e democrático.